domingo, 30 de maio de 2010

Philosophia Idiótes: para aquém do conhecimento

Achou de pensar que estava sendo vítima do oculto. Que seria então? Com alguma certeza, mas sobretudo com dúvida, pensou não ter total controle de sua vida vis-à-vis às questões que afligiam sua mente. Para além de uma explicação filosófica, psicanalítica, sociológica ou política - esses conhecimentos de que não dispunha -, pensou muito baixo, numa dimensão da vida onde a sua própria ação puramente prática, sensível, quotidiana não pudera se realizar em sua completude. Ora, o lusco-fusco da existência parecia que tomava parte dos seus pensamentos. Aos poucos, a conta-gotas, pausadamente. Repetidamente, a cada dia cuja mente trabalhava naquele assunto. O dia de seu intelecto fazia o movimento contrário da História, da civilização, e parecia voltar a um período longínquo, de explicações modestas e supersticiosas a cerca do mundo, a cerca da vida, da natureza e de todas as outras dimensões que esqueceram de ser lembradas. Explicações simbióticas nas quais homem e natureza, sujeito e objeto não haviam sido postos em locais distintos.


Muito jovem, tinha preguiça e tinha em seu corpo exaustão. Não costumava passar muito tempo pensando, mas percebeu que agora isso se fazia necessário. E muito. E muito. E infinitas vezes. Tantas quantas sua mente em repouso pudesse suportar. Tantas quantas seu corpo permitisse, até que conseguisse desfalecer em sono quase profundo, até a manhã do dia seguinte. Até o próximo ciclo duvidoso que era seu dia. A dúvida não lhe parecia uma solução, a princípio. Buscava certezas, constatações. Não era cientista, nem nada. Era apenas jovem e não as encontrava.


Convenceu-se de que era na dúvida que estava o princípio do conhecimento. Na negaçãoconstante estaria sua postura intelectual dali em diante.

3 comentários:

  1. ai ai o amor...hauhauhauhau! " tu é muito breguinha mesmo"

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  2. Breguinha não. Não sei onde você viu (leu) amor aí. Relativize mais. É um texto simples e vão sobre agnosticismo. uahauahuah!!

    "Tu 'sois' tãão breeeguiiiinha..." hauaheuhaeau!!

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  3. Tu tinha que usar "lusco-fusco" em algum texto ou não sossegarias, né?!

    ;)

    Biju!

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